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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Chamados para servir

Quando falamos do “Serviço de Animação Vocacional”, ou propriamente na “Pastoral Vocacional”, pensamos imediatamente em “Promoção Vocacional” e isto nos faz erroneamente pensar que a Animação Vocacional se reduz ao serviço de promover as vocações específicas: “sacerdotais, religiosas e missionárias”. O trabalho vocacional é mais amplo e exigente, pois indica que se deve percorrer um longo itinerário vocacional que começa no batismo de todo cristão, e que a primeira vocação da qual somos chamados é a vocação à vida.Toda vocação nasce a partir do batismo, como já afirmavam as reflexões do 2º Ano Vocacional do Brasil (2003).
Se é verdade que toda vocação nasce do batismo, ela deveria ser cultivada no seio da família e da comunidade eclesial, que tem a missão de ajudá-la na confirmação dos sacramentos. Isto exige cultivo, terreno fértil, oração da família e da comunidade, de modo que todas as vocações encontrem seu lugar e missão. Refiro-me às vocações específicas ao ministério ordenado e à vida consagrada, bem como às vocações laicais do matrimônio e dos vários serviços e ministérios a serviço da vida e da missão.
Pelo batismo somos chamados como “discípulos e missionários de Jesus Cristo em favor da vida”, já nos recordou a Conferência de Aparecida.É bom lembrar que antes do Concílio Vaticano II a animação vocacional estava reduzida à “Obra das Vocações Sacerdotais”. Tudo girava em torno da figura do padre. Após o concílio, com a redescoberta do conceito “Povo de Deus”, o significado da vocação foi melhor compreendido. Passou se criar uma consciência vocacional, embora tenhamos um longo caminho para percorrer e somos interpelados por Deus. Na Exortação Apostólica “Pastores Dabo Vobis” (cf. PDV, 34), de João Paulo II, lemos: “o cuidado que a Igreja deve ter com as vocações não é uma simples parte de uma pastoral global, mas uma dimensão conatural e essencial de toda a evangelização”. João Paulo II, no início do Terceiro Milênio, volta a surpreender afirmando que a Igreja não deve apenas promover e animar as vocações para o presbiterato, mas deve motivar e incentivar cada uma, ou seja, todas as vocações (cf. NMI, 46). Neste sentido a animação vocacional é um dever de toda a comunidade cristã, a qual, pelo testemunho de uma vida plenamente cristã, se torna mediadora da vocação divina (cf. OT, 2). Dentro desta perspectiva, a paróquia, e todas as comunidades que a ela estão ligadas, deve se comprometer com o serviço de animação vocacional, mesmo que haja uma Equipe Vocacional Paroquial (EVP), ou Pastoral Vocacional, responsável. Na animação vocacional deverão estar presentes todas as pessoas da comunidade, considerando o fato que a Igreja é “ mysterium vocationis”, ou seja, Povo de Deus convocado e reunido pela Trindade (cf. PDV, 34).
A animação vocacional procura incentivar a ação de toda a Igreja, de toda a comunidade e de suas pastorais e movimentos afins, no sentido de mediar o chamamento divino dirigido a todas as pessoas. Na maioria das paróquias a animação vocacional está restrita apenas a alguns momentos fortes. Para se criar uma consciência vocacional temos que desenvolver uma atividade vocacional permanente. Por isso é grande a urgência “que se difunda e se radique a convicção de que todos os membros da Igreja, sem exceção, tem a graça e a responsabilidade do cuidado pelas vocações” (cf. PDV, 41).
Quando o pároco se torna o primeiro animador vocacional a paróquia passa a redescobrir o valor de se despertar e cultivar uma “cultura vocacional”. Portanto, uma paróquia toda “vocacionalizada” será uma paróquia onde as pessoas terão o prazer de participar na alegria e colaborar com entusiasmo nos vários serviços e ministérios. Uma pastoral que sente-se vocacionalizada é uma pastoral que age por convicção e fé de que foi chamada para o serviço na Igreja e não simplesmente para ocupar mais um espaço. Uma pastoral, ou movimento eclesial, que tem a consciência vocacional do chamado divino gera testemunho de vida, amplia a ação pastoral, atrai e cultiva as vocações específicas para o sacerdócio presbiteral e para a vida consagrada, sem mencionar a qualidade da participação dos fiéis nas celebrações e eventos programados no âmbito paroquial.Lembremos que um dos méritos do Concílio Vaticano II foi pensar a Igreja a partir de uma nova eclesiologia, dando assim suporte a uma ação de maior comunhão e de maior participação de todas as pessoas batizadas. Somos frutos do Concílio Vaticano II, somos a “Igreja, Povo de Deus, a serviço da vida” (cf. tema do 2º Congresso Vocacional do Brasil).
Fazer animação vocacional na paróquia supõe, antes de mais nada, uma conscientização vocacional de que todas as pastorais e movimentos são chamados a despertar uma “Cultura Vocacional”, a qual podemos denominar de “vocacionalização” das pastorais e movimentos. As paróquias que estão investindo neste campo colherão seus frutos: adolescentes e jovens que optam pela orientação vocacional são acompanhados pela Pastoral Vocacional e, destes, alguns poderão ingressar nos seminários e casas religiosas, outros bem orientados vocacionalmente buscarão a vocação do matrimônio, permanecendo engajados na comunidade e fazendo da paróquia o lugar da comunhão e da partilha.
Pe. Geraldo Tadeu Furtado, RCJ

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“Anda, quero lhe dizer um segredo...
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Assessora: Irmã Gervis Monteiro, fsp
Público Alvo: animadores vocacionais, coordenadores
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Local: Hospital Madre Tereza
Irmãs: Pequenas Missionárias de Maria Imaculada
Av. Raja Gabália, 1002
Contatos: Ir. Ilanyr – 3334-8673
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